terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Vida Livre

Sempre se fala em animais de rua e a vidinha sofrida deles até que algum anjo os resgate e lhes dê uma casa e uma cama quentinha.

Contudo, existe uma parcela desses bichos que passam o dia na rua, não tem casa fixa, mas pessoas zelam por eles ali mesmo e que são FELIZES por serem LIVRES. São assim por natureza....
Desde criança, onde quer que eu morasse, sempre tinha uma figurinha dessas: os xodós do quarteirão ou do bairro. Para citar alguns:
- Bozó: passava o dia na flauta entre a banca de jornal e o açougue. Latia feito doido quando passava carro na rua. Era esperto como se fosse adestrado e tinha aquela carinha de risadinha. Dormia em umas das casas do bairro, mas durante o "período de expediente" não tinha quem o fizesse entrar. Morreu bem velhinho e tenho certeza de que todos daquela época ainda se lembram dele.
- Lobo: vira latinha todo bonachão que se acha dono do buteco da esquina, da mesa de sinuca e de todos os frequentadores. Apesar disso, elegeu uma pessoa em particular como sua preferida e onde está um, está o outro. É folgado como sei lá o que, mas não late pra ninguem. É tão querido que quando o imbecil de um motoqueiro tentou chutá-lo, o bar inteiro e até o tapeceiro vizinho saiu correndo, alcançou a moto e deu uma lição no infeliz. Lobo também tem sua cama em uma das casas. Quem quiser conhecê-lo, é só aparecer na Pompeia.

Passando para a ala felina, afortunadamente, na rua em que trabalho é um festival de gatos e de pessoas que gostam deles.
Alguns são parentes, mas agora todos estão devidamente castrados.
A manda chuva é Chaninha: entra em todas as casas sem cerimônia. Todo mundo deixa uma fresta de janela aberta para a pequena poder passar. Ela é mãe de Mingau, guloso, gordo e com os olhos de um azul sem igual e de Pretinha, uma magrelinha mienta e dengosa.
Alem deles ainda circulam um ruivão (bem ao estilo Garfield), um frajola manhoso, um tigrinho arisco, um rajadinho de cara preta e rabo gigante e outra pretinha (que é o meu xodó).
É muito gostoso de ver: sobem nas arvores, tomam sol nos telhados e todas as casas da rua tem um potinho de agua e ração para eles.
Eu sempre cobiçei a pretinha, quase a levei para casa, mas como poderia? Ficaria feliz esse bichinho livre em um apto de 56 metros? De coração eu penso que não. nem esse nem nenhum de seus amiguinhos.

Eles são os hippies da rua rsssss E eu amo e admiro todos.


Para eles: The 5th Dimension: Let The Sunshine In


Dona Chaninha





pretinha linda

3 comentários:

Ana, Anjogatos disse...

Oi Debora, tive alguns gatos que não eram meus; mas que ficavam em casa porque tinham comida e carinho. Acho que quase todo mundo já conviveu com figurinhas assim. Bjs

Gatophenia disse...

Ana, dizem que isso é apenas interesse dos bichos. Não só discordo como ainda acho um barato!!
Bjs Debora

Anônimo disse...

Adorei o post!